Baseado em estudos da China e dos Estados Unidos, acredita-se que apenas cerca de 2% dos casos confirmados de COVID-19 ocorram em crianças e adolescentes. Outros estudos já disponíveis sobre esse tema concluíram que as crianças e jovens são 56% menos propensos de contrair a doença, em comparação com os adultos (maiores de 20 anos)[1].
Apesar de serem menos suscetíveis, não devemos negligenciar os cuidados com prevenção nem os sintomas em crianças.
Sabemos que a razão para as crianças serem menos suscetíveis ou apresentarem quadros menos graves provavelmente é multifatorial (talvez relacionada a imunidade cruzada a outros vírus e outra variáveis..), mas estudos recentes tem apontado a possibilidade de crianças serem menos suscetíveis à infecção pelo SARS-CoV2 (nome do vírus que causa a doença, COVID-19) por um motivo interessante: as células que recobrem a mucosa do nariz das crianças, as primeiras com as quais o vírus entra em contato, possuem menor quantidade de receptores ECA-2 — as portas de entrada da Covid no organismo — do que os mais velhos! [2]
Apesar de serem menos suscetíveis, não devemos negligenciar os cuidados com prevenção nem os sintomas em crianças, pois algumas desenvolvem quadros mais graves, especialmente as que tem problemas de saúde e as menores de 1 ano. [3]
Os sintomas mais comumente relatados em crianças são febre, tosse, dor de garganta, congestão e secreção nasal – semelhantes aos de outras infecções respiratórias virais.
Outros sintomas relatados incluem diarreia, vômito, fadiga, dor de cabeça, falta de apetite e falta de ar.
Outra forma de manifestação que vem sendo investigada, apesar de rara, é a síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C). Tem características semelhantes a outras doenças inflamatórias, como a doença de Kawasaki e costuma se apresentar como um quadro de febre persistente, com alteração de exames relacionados a inflamação e afeta múltiplos órgãos, levando frequentemente a cuidados intensivos.
Por todos esses motivos, as medidas de isolamento social e de higiene também precisam ser levadas a sério com as crianças! O uso de máscaras é recomendado apenas a partir dos 2 anos de idade, pelo risco de sufocamento. E em caso de sintomas, não hesite em procurar orientação médica.
Fontes
[1] UCL NEWS [2] JAMA Network [3] Centers for Disease Control and Prevention