A palavra “labirintite” é utilizada popularmente como sinônimo de tontura, independentemente do tipo. No entanto, nem toda tontura tem origem em problemas relacionados ao labirinto.
É muito importante lembrar que a tontura e a vertigem não dependem apenas do labirinto, pois o sistema do equilíbrio tem participação de muitas estruturas do nosso corpo. A visão, a propriocepção e o labirinto são os principais sistemas que enviam informações sensoriais para o sistema nervoso central. Este, por sua vez, integra todas as informações e dispara as respostas efetoras para a manutenção do equilíbrio.
O próprio termo “labirintite” refere-se a uma doença específica que causa tontura, mas não é o diagnóstico mais frequente na prática. As doenças do labirinto mais frequente são a VPPB, a doença de Ménière e a neurite vestibular, seguidas por outras causas menos prevalentes.
Tontura e vertigem pode ser labirintite ou AVC?
As doenças do sistema nervoso central são um diagnóstico diferencial importante no paciente com vertigem aguda. Muitas vezes, uma tontura de início agudo pode ser decorrente de um AVC (acidente vascular cerebral), seja ele isquêmico ou hemorrágico.
Ao contrário do que muitas pessoas podem imaginar, o mais importante na avaliação inicial do paciente com tontura aguda não são os exames complementares (tomografia, ressonância, entre outros). Nas primeiras 48 horas de evolução, a ressonância magnética pode apresentar até 12 a 28% de diagnósticos errôneos (falso negativo)!
Na verdade, o método de avaliação mais confiável para diferenciar um AVC de uma doença do labirinto é o exame físico, desde que adequadamente realizado por profissional capacitado para a avaliação da tontura ou vertigem.
É isso mesmo: o exame físico é superior ao exame de ressonância magnética para diferenciar o AVC de doenças do labirinto nas primeiras horas de evolução.
Em resumo, se você ou algum conhecido apresentar tontura ou vertigem de início súbito, procure o médico imediatamente! O otorrinolaringologista e o neurologista são médicos capacitados para avaliação do sintoma.
Texto escrito por: Fabio Selaimen e Jefferson Bauer